Este artigo é o penúltimo da série Tecelagem Popular no Triângulo Mineiro referente à técnica Repasso com a abordagem de mais algumas classes de padrões.
Classe XIS SIMPLES (XS)
A estrutura que caracteriza as sequências contínuas da classe XS é dada pela seguinte utilização do ciclo abaixo: inicia-se em um de seus pares de pedais e percorre-se num dos sentidos, determinando-se um número y de pares; retorna-se no sentido contrário a partir do último par – o central ou de retorno – tomando-se y – 1 ou y + 1 pares de pedais. O par de retorno não está incluído nas contagens.
Este ciclo é, como se pode ver, idêntico ao que determina as sequências contínuas da classe DS. A distinção entre eles é caracterizada pelo seu uso. Enquanto no da DS se utiliza apenas um de seus sentidos, no da XS, obrigatoriamente, são usados os dois.
A sequência geradora deste MG é um exemplo da classe XS. Tem início no par 13 (não estamos considerando a distribuição da frequência de pedalagem, no caso, uniforme), sentido anti-horário como percurso inicial (a partir do par 13) e término no par 14 (par de retorno), quando encontrado pela segunda vez, retornando, daí, no sentido horário até encontrar o par 14 pela segunda vez.
13 23 24 14 13 23 24 14 24 23 13 14 24 23 13 14
Observe que a primeira sequência de pedalagem antes do par de retorno possui y = 7 pares de pedais e a posterior y = 8 pares de pedais atendendo às condições impostas na caracterização da classe.
Essa exigência é necessária para evitar “quebras” – consequência da não obediência ao princípio da continuidade – no padrão como um todo, quando da repetição do código repasso em sua dupla utilização (tramar e urdir).
Para ver o efeito visual gerado pela sequência 324 323 313 314 324 323 324 314 313 (y = 5 pares à esquerda e y – 2 = 3 pares à direita do par de retorno 23 em negrito) selecione-a e copie (Ctrl+C) e cole-a (Ctrl+V) no campo corresponde do gerador de padrões, escolha as cores do urdume e da trama e clique no botão Gerar. Feito isto, agora acrescente o elemento simples (ES) 323 no final da sequência anterior e gere o novo padrão para entender as diferenças.
Quando o padrão segue as condições estabelecidas na caracterização da classe, o efeito visual de um “X” é transformado em um losango no padrão como um todo, em virtude da utilização reiterada do código repasso nos processos de urdir e tramar (repetição do MG na horizontal e vertical).
A sequência contínua que gera o padrão Preguiça que se encontra no combobox Exemplos do gerador de padrões (link acima) é, também, um exemplo de um elemento da classe XS. Tem início no par 14, sentido inicial de percurso anti-horário, e término no par 23 (par de retorno) quando encontrado pela quarta vez e retorno no sentido horário até encontrar o par 24 pela quarta vez. A ondulação no padrão se deve à variabilidade no número de vezes com que cada par de pedais é pisado – as frequências.
OBSERVAÇÃO: Note que a sequência posterior ao par de retorno é a inversa, no sentido do fim para o começo, da sequência anterior ao par de retorno a menos (ou a mais) de um par de pedais. É decorrência direta do uso simultâneo obrigatório de ambos os sentidos do ciclo.
De forma semelhante à classe DS, veja o artigo Tecelagem Popular no Triângulo Mineiro – Estrutura das Classes I, é perfeitamente possível se ter sequências de pedalagem da classe XS que desobedecem ao princípio da continuidade. Basta, para isso, seguir os mesmos critérios estabelecidos na estrutura que caracteriza as sequências contínuas da classe XS para os ciclos a seguir:
Exemplo: A sequência 313 324 314 323 313 323 314 324 obtida do primeiro ciclo acima é um elemento da classe XS descontínua.
Uma exceção à regra definida para as sequências da classe XS pode ser observada em sequências de pedalagem com a seguinte característica:
314 313 323 324 313 324 323 313
onde se observa que as sequências posterior e anterior obedecem estritatemente o estabelecido na caracterização da classe. No entanto, o ponto de retorno (13) “quebra” a ordem do ciclo com a geração de uma descontinuidade. Porém, o padrão gerado tem o formato de um “X” com distorções nos losangos menores. Utilize o gerador de padrões, como indicado anteriormente, para checar a afirmação.
Levando-se em conta a relação existente entre o número de pares de pedais antes (y = 2) e depois (y = 1) do par central de uma sequência da classe XS, sua sequência mais elementar é a constituída por 4 ES. Um exemplo de tal sequência é 313 323 324 323.
Esse fato demonstra não haver a necessidade de percorrer todos os pares de pedais do ciclo para se obter um elemento pertencente à classe XS.
Da mesma forma que na classe DS podemos generalizar a estrutura da classe XS pelo seguinte ciclo:
onde a, b, c e d são os quatro pares de pedais possíveis utilizados para se efetuar a trama. A diferença entre a classe DS e XS está no uso do ciclo, como já dito.
Cabe finalmente anotar uma ressalva no que se refere a elementos da classe XS, que terá importância quando tratarmos de combinações entre elementos dessa classe com elementos de outras classes. É necessário, nesses casos, se ter a igualdade entre o número de pares de pedais que ficam antes e depois do par de retorno. O argumento, além da inexistência de um exemplo concreto no Triângulo Mineiro que a contradiga, é a simetria dos efeitos visuais gerados.
Classe XIS ITERADO (XSI)
A classe XSI é caracterizada pela ciclo abaixo:
onde a, b e c são pares de pedais distintos. Seus elementos são determinados iniciando-se em qualquer um dos pares do ciclo e a partir daí segue-se a sua orientação determinando-se a quantidade de pares desejados, com o último par sendo o imediatamente anterior ao inicial.
A sequência abaixo é um elemento da classe:
313 323 324 323 313 323 324 323 313 323 324 323
onde a = 13, b = 23 e c = 24 e frequência uniforme igual a 3.
A estrutura se aplica tanto no caso contínuo como descontínuo. Mas, um elemento de XSI é mais comum no Triângulo Mineiro como parte de uma sequência de pedalagem (classes Mistas a serem detalhadas no próximo artigo).
Classe XIS COMPOSTA (XC)
As sequências de pedalagem contínuas da classe XIS COMPOSTA (XC) são caracterizadas pelo ciclo a seguir, onde E, F, G e H são estruturas particulares da classe XdS, distintas e determinadas segundo o mesmo princípio explicitado na classe DIAGONAL COMPOSTA (DC). A utilização do ciclo se dá de forma análoga ao da classe XS.
No ciclo temos estruturas fixadas numa ordem dada e não sequências específicas da classe XdS. Isto significa que se pode ter sequências distintas do tipo XdS de uma mesma estrutura como componentes de uma sequência da classe XC. Em outras palavras, podemos representar a estrutura da classe XC como:
onde a, b, c e d são pares de pedais distintos.
A utilização do esquema para a construção de sequências de pedalagem da classe XC é semelhante ao explicado para a classe DC. A diferença ocorre apenas na utilização dos dois sentidos do ciclo.
maria jaci alves
maio 11, 2009 @ 08:46:38
voces falão no tear de 6 pedais eu não cohesso ainda mas quero conhesser eu trabalho no 4 pedais que fas os repassos
estes tem mais recurssos para os dezenhos.gostaria de saber
se fosse poçivel porque eu nunca vi agradesso muntissimo.
aqui vai uma ideia quero saber se voces fanzen cochunil
porque com tantas cavalgadas mesmo aqui em tridade eu javi
veses voces venderia esperimentar conte co migo obrigado.
maria jaci alves
maio 09, 2009 @ 17:19:36
eu não passo um dia sem ver estes trabalhos os repassos das gouxas cortede calssa pode faser saias bermudas fica muinto
bonitas estes tessido de fustão de corentinha voçes pode fasser tabem saias e bermudas vae estas sugestões eu so ten
que agradesser avoçe orepasso que aparece este de borboleta
se fosse posivel colocasse orepasso com os risquinhos pra eu poder repassar eu naõ entendo bem pelo codigo os nomeros
vae meu abraço por tudo meus dados sou de goiania goias
fiquem com deus.
maria jaci aalves
maio 05, 2009 @ 09:43:37
rodrigo tecelão eu gostaria de poder partissipar desta tesselagem pelo menos por uma semana sefose posivel gostaria de copartijhar o que eu faso tambem apreder com voces queria conhecer esta roda eletrica de fiacão fiquei muito enteressada
em conhecer esta roda gosto de todos seos trabalhos tehna
um bom dia um abrasso fiquen co deus
Ednéia Silva de Souza
set 26, 2007 @ 15:44:34
Sou apaixonada por tear, suas tecnicas, as peças que são produzidas .
Claudia duarte
jul 30, 2007 @ 18:26:18
Ops, dei enter sem querer e enviei a mensangem antes de finalizar….
Bom, aqui em Uberlândia e cidades adjacentes a tecelagem manual continua vingando aos ares do progresso, apesar de apresentar um declínio nos ultimos 3 anos. Logo após o lançamento do livro do IPHAN do qual você participou, criaram na cidade um centro de tecelagem que subsiste. E espero que assim continue. Gostaria de manter contato.
emmanuel gomes
jul 04, 2007 @ 14:36:45
gostaria de receber quem o tiver
o manual de um tear de pedal com quadro liso
contendo suas peças detalhadas e se existe este manual
emmanuel gomes
mar 22, 2007 @ 13:40:57
gostaria de receber informaçoes de quem vende
o tear de 02 pedais com quadro liso
para fabricar tapetes
Erick M Santos
out 31, 2006 @ 07:45:17
Newton, atualizei meu blog, o problema já foi resolvido.
Problemas com o .htacess, hehehe
Obrigado por informar!
Forte abraço!
Erick M Santos
out 30, 2006 @ 15:27:10
Olá Newton!
Está se aproximando o vestibular, e agora estou “ganhando” um pouco mais de tempo. Conseguiu resolver o problema de banda?
Se não, poderei me dedicar à resolução deste problema e agilizar a criação das imagens.
Qualquer problema é só chamar! =]
Um forte abraço!