Até hoje tenho a sensação de que querem me fazer de tolo – ou no popular, de besta -, quando vejo grande parte dos anúncios com aqueles frequentes (me parecem perenes) noventa e nove centavos ou, em outros, noventa centavos, nove reais, noventa reais e até noventa e nove reais, no preço da grande maioria das mercadorias a venda. É o caso das velhas e conhecidas lojas qualquer coisa por um e noventa e nove, para citar um exemplo. Talvez, a gente ache até mais bonitinho do que lojas com qualquer coisa a dois reais, ou será que é pura consequência da propaganda martelando o nosso pobre inconsciente?

É como se tivessem nos induzindo a acreditar que o produto a venda é muito mais barato do que dois reais – tomei o exemplo apenas como efeito didático e não que eu tenha alguma “implicância” com essas lojas. Realmente é, mas representa uma parcela tão pequena e insignificante – 0,005% – que a tendência é o consumidor individualmente pagar os dois reais. E daqui pode-se inferir, agora analisando o lado do comerciante, o que esta ínfima importância pode representar em um volume significativo de vendas.

Já pensaram o drama que seria se todos resolvessem comprar, em cash, apenas um item e exigissem o troco completo? Ainda mais que o Banco Central está retirando de circulação as “grandes” moedas de um centavo?

Retomando o foco. Já me disseram que essa atitude se trata de técnica de Marketing. Sempre me incomodo – não sei bem porque, mas não é caso de análise – com o fato, mas nunca tive a ferrenha vontade de pesquisar sobre o assunto. Fico sempre com a dúvida e levanto, cá comigo mesmo, até outra hipótese: será que tem a ver com recolhimento de impostos (do valor tal ao valor tal paga-se tanto por cento)? Mais para me trazer uma satisfação pessoal do que por acreditar.

Certamente, por qualquer que seja a razão, a tática (ou estratégia, ou ambas) deve funcionar, pois o método é utilizado há muito tempo e por quase todos aqueles que comercializam produtos. Ou então por causa disso, a maioria dos consumidores já se habituou com o fato, de tal modo, que passou a fazer parte, naturalmente, de seu cotidiano. E os comerciantes deixaram a coisa correr para ver como é que fica.

Pessoalmente não acredito e fico a me questionar:

  • Qual a razão para que a revista Stilo, da Editora Abril, que compro mensalmente para minha esposa, custe R$9,99 e não R$10,00 ou R$9,50?
  • Por que a Veja custa R$7,90, a www.com.br, R$14,90, a Webdesign, R$8,90 e não alguma coisa para cima ou para baixo?
  • Por pura curiosidade abri a página do Submarino (a home) e lá estava: TV Plasma 42″ (R$7.999,00), DVD Player (R$219,00), Câmara Digital Olympus 5.1 Megapixels (R$960,90), Ovo de Chocolate com bicho de pé 400g (R$45,90), e por aí vai. Aliás, todos os preços dos produtos exibidos na dita página tinham um 9, ou um 90 ou um 99, como parte integrante e indissolúvel. Por que?
  • Ou será por que o número 9 é mágico?
  • E por aí a fora…

Se for Marketing ou técnica de vendas, acho que venderia muito mais se, por exemplo, a Veja, uma revista de grande circulação, fizesse um ou mais convênios com instituições educacionais ou de assistência social, onde o exemplar custaria R$8,00 e os R$0,10 seriam doados. Pode até ser maluquice minha que não entendo do assunto e nem do porquê dos preços, mas que ajudaria muita gente, ajudaria, e o consumidor, acredito, pagaria sem questionamentos.

Finalmente, encerrando minhas divagações, me parece até que com o advento do “dinheiro de plástico”, tão presente em nossas vidas e que facilitam as compras, pois não há a necessidade do velho troco, a coisa se propagou como “fogo de morro acima, água de morro abaixo e …, que não tem quem segure”.

E eu aqui com esse dilema (VICHE será que é Freudiano?): pesquiso ou não pesquiso? Eis a questão.

Como não pesquisei até hoje, apesar do “incômodo” que sempre me causa, se você quiser me ajudar a solucionar o dilema coloca sua opinião nos comentários, por favor!!!.