O dia 21/08/2006 se aproxima e vem a lembrança de que Minha Maria completaria, nessa data, 80 anos ou oito décadas de vida. Certamente, por isso, veio também e muito forte a saudade, apesar de serena. O tempo apenas ameniza esse sentimento e torna a ausência mais aceitável.

Saudades de Minha Maria, a quem devo muito e com quem compartilhei experiências, amor, amizade, carinho e tantas outras coisas inerentes à vida em comum. Ah! e as outras coisas, principalmente aquelas em que ocorrem conflitos passageiros, a gente relega, esquece, afasta quando se trata de uma pessoa muito querida.

Apesar da minha Maria não ter sido adepta desse tipo de comportamento, ninguém é perfeito. Sua postura sempre foi a de servir e unir, mesmo que em volta dela.

Saudades da minha Maria, pessoa simples e generosa com escassos conhecimentos formais mas com uma visão de mundo como poucas. Tinha a admirável capacidade de aceitar e respeitar as pessoas e os avanços sociais, culturais e tecnológicos com muita naturalidade, mesmo que, as vezes, contra os seus princípios, firmados com base em outro ambiente e outra época.

A Maria presente, participativa e defensora ferrenha da educação de seus filhos (pariu 8), que com seu companheiro – o bom “velho” e amigo George -, hoje com 86 anos e próximo dos 87, não pouparam esforços nessa caminhada, normalmente, tão difícil.

Recordo-me do orgulho do Senhor George (com o qual a minha Maria estava de pleno acordo) claramente explicitado em uma carta enviada e publicada em um Jornal de Fortaleza. Era uma reportagem sobre o aborto, em que ele se posicionava frontalmente contra a prática e onde escreveu algo mais ou menos assim: “tenho oito filhos e trabalhei que nem jumento em construção de açude para dar o melhor possível a todos eles, assumindo junto com a mãe, a responsabilidade do ato (aquele) e hoje sinto-me altamente recompensado”. E disse porque: “se tivesse medo de Doutor não entraria em casa” e cita nominalmente os seus oito filhos.

A minha Maria e o meu George não receberam, por motivos que não vem ao caso, a herança mais importante – talvez a única – que os pais devem procurar deixar para os filhos, a Educação. E, nem por isso (ou talvez por isso), deixaram de cumprir, de forma magistral, com suas responsabilidades de pais e foram correspondidos a altura.

Meu “velho” amigo George, como você vê, ao lembrar de minha Maria, não poderia deixá-lo de “lado” nunca, ainda mais que amanhã (13/08) será o dia de comemorar o DIA DO MEU PAI e me solidarizar com os demais. Mas você está aqui entre nós e eu posso falar, ouvir, apalpar (no bom sentido), pedir conselhos e tantas outras coisas mais, e até lhe desejar um Feliz Dia dos Pais estensível a todos os demais que lerem essa mensagem.

Já da minha Maria só me resta sentir saudades e prestar esta homenagem. Saudades da Minha Maria!